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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

The ProtoSapiens - Pater's diaries (Capítulo VII)

Passámos semanas, lendo e interpretando o que o ser nos tinha para decifrar.
Semanas que para a divisão para quem trabalhávamos, pareceram anos.
"Anos" que deram nas vistas, vistas que tinham de ser tapadas.
O projecto "Luminária" foi cancelado apenas 15 semanas depois do sarcófago entrar no laboratório.
Tem piada como até hoje não o que aconteceu ao sarcófago, retiraram-no do laboratório sem que ninguém soubesse, mas nunca recebemos confirmação se tinha sido destruído, ou simplesmente guardado em Fort Nox ou algo parecido.
Para ser sincero, nem sequer quero saber, pois o mais importante de toda a experiência continua bem guardado.
Desde sempre que sabes que não tenho moral.

Não sei como te dizer isto, mas vou tentar ser directo, de qualquer da forma, já não estarei entre vocês quando leres esta carta.
Diana, nem todas as amostras foram destruídas.
Elas continuam vivendo entre nós.

Desculpa, ter-te escondido, jogado contigo talvez.
Não sei se lhes dirás algum dia, mas por favor tenta compreender, nunca os tomei como ratos de laboratório, nunca arriscaria a vida das duas pessoas que mais amas, nos quais tanto orgulho e esperança repouso.

Pensa só nas possibilidades, no que toda aquele informação poderá trazer às novas gerações.

Sinto que te vejo.

Estás com essa cara que eu conheço lendo as atrocidades que escrevo, mas não podia partir, sem antes te contar a verdade.
A escolha é tua agora, só peço que no fim de a leres, queimes esta carta, que talvez arda também com a  as nossas diferenças, senão em vida, depois da morte.

Guardas a descrição, a história, relato, diário, de um ser que mais não passava de uma peça no puzzle que construiu a primeira cultura, a primeira civilização, os primeiros deuses.
Os que chamámos PrimuSapiens.
Os primeiros e mais inteligentes seres que alguma vez puseram pé neste solitário planeta.
Espero que um dia reconheças o que fiz por ti e por todos.

Para sempre minha pequenina caçadora.



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