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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

The ProtoSapiens - Pater's diaries (Capítulo I)

Todos nos dizem, antes de sermos alguém, que temos algo de especial dentro de nós.
Antes mesmo de sabermos que somos alguém, já sabemos que somos especiais.
A maior parte não chega a ser nada de nada e uma pequena percentagem chega a achar que é algo.
Na terceira-idade, acabei por sentir ambos, e chegou o momento em que conto aos meus netos o quão especiais eles são.

Mal sabem o quão verdade isso é.

Nesta carta, que espero não seja a última, dou-vos um pequeno vislumbre do que nunca vos disse, o único segredo que mantive para mim durante todo este tempo, e assento isto em letras, porque a minha veia cientifica venceu a minha artéria egoísta.
No princípio da década de 30, no agora em ruínas laboratório Miescher, começámos um estudo, que achávamos na altura, iria revolucionar todo o nosso conhecimento sobre o passado da vida na terra, criando-a.
Tinha-mos o conhecimento, as ferramentas e a vontade (essa que já cá estava à muito mais tempo), mas mesmo assim estávamos a pisar território, que não sendo desconhecido, era certamente virgem nas nossas mãos.
Essa era a nossa visão do que fazíamos e no que  trabalhávamos: Uma virgem na mão de Deuses

Mas nem sempre tudo segue quando pretendemos, principalmente quando o pão e vinho é-nos dado pelo governo.
Para eles nada mais importa do que o resultado, e quanto têm de gastar para o atingir, e se o resultado dá para matar e conquistar ou não...
Foram do anos mais frustrantes da minha, ser controlado e manipulado por esta entidade que só existe no papel, e se personifica nestes homens de fato e gravata, com mais uma carta na mão, que como eu neste momento, usam-na por ser o único método seguro de transmitir informação.
O papel pode ser censurado.
Entra em combustão aos 451º Fahrenheit.
Ainda não descobrimos um método de reorganizar os átomos das cinzas e dos gases de novo em papel que possa-mos ler.
Talvez ai vos pudesse provar tudo o que sei ser verdade.

Não vos escrevo esta carta para vos contar os segredos das que recebemos, escrevo-vos para contar o que aconteceu depois de as deixar-mos de receber.


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